Eliane F.C.Lima (Registrado no Escritório de Direitos Autorais)
Mesa de pés de ferro,
o tempo, já azinhavre,
o tampo, vidro pesado,
os anos, já mais de cem.
Veio de avós de avós,
juntando história e matéria.
Pura ilusão, penso eu:
lembranças, sonhos, feitiços,
tudo volátil e enganoso,
tudo morto e enterrado.
Calam-se a mesa, seus pés
e o transparente tampo.
A matéria, sobrevida,
mas a história já mudou,
lembranças, sonhos, feitiços,
tudo, há muito, se calou.
Sobre o vidro, meu papel,
minha caneta e memória.
Minha poesia vive,
tal qual estes pés de ferro,
minhas avós desenterro,
comigo, um século vem.
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais - EDA - RJ)
Convido o visitante deste blogue a ir a Conto-gotas (por aqui), onde há um novo conto meu e a Literatura em vida 2 (o caminho é esse).
5 comentários:
e o que caldo morto estava
agora vive em um poema-vida!
ELIANE!
A história de uma família nunca sai da nossa memória. E se a poesia vive, a memória também.
Um encanto!
Beijos
Mirze
Que imagens lindas, Eliane!
Eu, avó, vivo desenterrando as minhas; pelo menos no papel ainda consigo passar algumas rasteiras no tempo. Boas ou más nada consegue ser mais presente do que as minhas memórias de família.
Belíssimo poema, amiga. Bjs e inté!
Olá... Que bom que retornas ao Rio...Enquanto isso também retorno à poesia depois da perda de meu pai..Enfim, em versos vamos recompondo presente e passado, palavras e significados, vida e reconstrução...
Até breve.
carmem Teresa
Memórias e poesia são feitas da mesma matérea ( etérea?!!)
Boa mudança queri*
Bjos
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