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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Autonomia

Eliane F.C.Lima

Amo urubus e pardais.
Esvoaçam sua cor monótona,
sem valores humanos.
Desprezo por faisões,
canários e rouxinóis,
gaivotas, seus voos pictóricos,
de quadros na parede.
Desdém pelo que se deixa explorar
por olhos, ouvidos e mãos,
apreendidos em gaiolas,
orquestras e pincéis,
garfos e taças de vinho.
Amo urubus, amorais,
círculos de malditos,
vagarosos e feios, fatais,
irreverentes com a estética celeste.
Pardais, insolentes e impunes,
sem medo de pessoas,
saltinhos nos muros,
desafio e incredulidade.
Pousam em todo lugar,
amarronzando os beirais.
(25-10-2009 - Observe a data. Compare-a com a matéria sobre João C.M.Neto, em meu blogue Literatura em vida 2 - clique aqui.)

2 comentários:

POEMAS DE FRANCISCA AVARIA disse...

Querida Eliane, hermosisimo poema el que dejó con su comentario, al parecer hay una gran conmoción en nuestras almas por los tantos sufrimientos mundiales que vemos a diario.
Muchos cariños de Fran.

Evandro L. Mezadri disse...

Bela poesia, muito bem escrita.
Grande abraço e sucesso!