Eliane F.C.Lima
Aguardo o pacote da esperança
que o destino vai pousar em minha porta.
Espero que ela não esteja torta,
combalida e gasta da andança.
Se ela me chegar inteira e pura,
o corpo são, a alma sã, sorriso farto,
recebo-a nas mãos, como em um parto,
embalo em meu colo com ternura.
Se ela me vier com o rosto branco,
trêmula a mão, a fala vagarosa,
abraço a doente e, temerosa,
faço uma oração, o peito aberto e franco.
Mas, se ao abrir a tampa, o derradeiro
e trágico desfecho se abalança,
visto que a última que morre é a esperança,
choro por mim, pois já morri primeiro.
Um comentário:
Gostei do que aqui vim encontrar.
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