
Olho aquele Pão-de-açúcar,
morro, pedra e enfado,
de bondinhos e turistas,
barcos, banhistas aos pés.
Às vezes, no meio de [nuvens,
esconde o rosto, cansado,
esquecer tanta euforia.
Saudade de tempo passado,
índios, nudez e silêncio,
trilhas de pés descalços,
rostos quietos na mata,
banhos em rios sem sal.
Olho o morro:
seu corpo finge o azul,
esconde seu verde mato,
esconder-se-ia todo,
não fosse assim gigante,
não fosse assim parado,
navio fixo no mar,
âncoras pra sempre fundas.
Fugindo na água à fora,
longe de grandes navios,
perder-se-ia nas brumas,
terras ainda não vistas,
praias jamais nadadas,
ninguém pra ver ou falar.
Mas está tão encalhado,
eternamente calado,
seu pranto salga o mar.
2 comentários:
Lindo este poema Eliane. É muito bom vir até aqui para a ler.
Adorei.
Beijo
Poema lindo, Eliane!
A natureza não resiste à natureza do homem.
Bjs, amiga, e inté!
Postar um comentário