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sábado, 3 de outubro de 2009

Sem roteiro

Eliane F.C.Lima

Descendo por suas costas
minha mão desliza,
cobra vertiginosa.
Sub-reptícia, a sibilina se insinua.
Vício e volúpia, volta e virada.
Procura cantos e desvios,
vagos e vagas, montanhas.
Minha mão na sua nuca,
adivinha o arrepio,
sente do peito o cio.
Tatuagem deslizante,
mordidas ofídicas nas pontas dos picos.
A serpente de meu braço,
descendo sobre seu ventre,
se enrosca no entre
de suas coxas.
Abraço que só se abrasa
em úmidas, paragens toscas,
por dentro de grutas e roscas,
timidamente, se esconde,
gulosa, no centro do onde.

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