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domingo, 11 de outubro de 2009

Reflexos

Eliane F.C.Lima

Este espelho me olha assombrado
e desconhece seu rosto refletido;
não sabe de quem é o riso gelado,
não consegue ver bem o olhar sumido.

Espelho, espelho meu, que ora duplico,
espelho, espelho meu, eu lhe suplico,
não fuja, estupefato, do semblante
que é meu, posto que é seu, por semelhante.

Encare a boca, aflita, também sua,
tal qual a dor perene e crua,
e a lágrima que a sua face molha.

Se hoje sou só eu que não sorrio,
se nesses dias sou a que não olha,
também há no espelho o que é sombrio.

4 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Lindo o seu poema,
Me revejo nele
bjs

A ilha dentro de mim disse...

É curioso como os espelhos despertam o fascínio das gentes, desde tempos imemoráveis. Também eu já versejei sobre este assombro de que fala neste seu poema, quase molhado de sofrimento.
Se quiser espreite o meu neste link: http://ailhadentrodemim.blogspot.com/2009/03/em-frente-ao-espelho.html
Saudações portuguesas,
Lídia

izilgallu disse...

Muito bom seus poemas, gostei muito.
Obrigada pela visita
izil

Alexandre de Freitas - graduado e pós-graduado em ciências humanas. disse...

Gostei muito desse soneto!
Ensaio alguns sonetos mas me falta algumas técnicas.
Um amigo meu, que já publicou livros, ao analiser meus poemas disse-me: parece uma maria-mole, não tem muito sentido, mas maria-mole é bom.