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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A sereia

Eliane F.C.Lima

A sexta-feira acontece:
há uma vaga felicidade,
uma indefinida promessa de não-sei-quê.
Cada minuto é como uma porta aberta para um mundo
[ansioso,

para um fundo fugidio e convidativamente sensual.
A sexta-feira é o sonho, a esperança, o começo.
A sexta-feira, desde a quarta-feira,
requebra, chama, pisca e se encolhe.
A sexta-feira é sereia e ninguém resiste a ela.
Mas a sexta-feira finge que é tímida
e, quase sempre, não se dá.
Finda o domingo e nada acontece.
Agora vamos passar a segunda e a terça odiando a
[sexta-feira,

até que ela acene com seu faiscante vestido de festa
ou desabotoe, parcialmente, sua langerie.

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