Eliane F.C.Lima
Este espelho me olha assombrado
e desconhece seu rosto refletido;
não sabe de quem é o riso gelado,
não consegue ver bem o olhar sumido.
Espelho, espelho meu, que ora duplico,
espelho, espelho meu, eu lhe suplico,
não fuja, estupefato, do semblante
que é meu, posto que é seu, por semelhante.
Encare a boca, aflita, também sua,
tal qual a dor perene e crua,
e a lágrima que a sua face molha.
Se hoje sou só eu que não sorrio,
se nesses dias sou a que não olha,
também há no espelho o que é sombrio.
4 comentários:
Lindo o seu poema,
Me revejo nele
bjs
É curioso como os espelhos despertam o fascínio das gentes, desde tempos imemoráveis. Também eu já versejei sobre este assombro de que fala neste seu poema, quase molhado de sofrimento.
Se quiser espreite o meu neste link: http://ailhadentrodemim.blogspot.com/2009/03/em-frente-ao-espelho.html
Saudações portuguesas,
Lídia
Muito bom seus poemas, gostei muito.
Obrigada pela visita
izil
Gostei muito desse soneto!
Ensaio alguns sonetos mas me falta algumas técnicas.
Um amigo meu, que já publicou livros, ao analiser meus poemas disse-me: parece uma maria-mole, não tem muito sentido, mas maria-mole é bom.
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