Para Adriana Calcanhoto
Eliane F.C.Lima
Dentro deste prato inexorável,
fios de macarrão me olham indiferentes.
Enrosco os fios ritualisticamente
e a comida me incomoda, pedras no sapato.
Não sei se como ou se mastigo mágoas,
não sei se como ou se abro ferida.
Fios de macarrão são como larvas,
caem do coração, devoram a vida.
Dilacero meu ser dilacerado entre os dentes,
fios de macarrão, dores pendentes.
Misturo os gemidos com o molho rubro,
sangro e queijo.
Meu estômago agora repleto de sofrimento.
Olho o macarrão e ele chora... lamento!
Poucos fios de mim dispersos sobre o prato.
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