Terrível é passar o último Natal
com alguém amado
e que se vai perder, na inconsciência desse fato.
É não aproveitar cada olhar,
cada palavra alegre,
cada brinde,
e no abraço, na ceia,
não estreitar, profundamente,
para guardar para sempre.
Terrível é tentar reviver,
depois, com desespero,
o que disse, o que riu, o que calou.
Terrível é não ter deixado,
ao menos, dessa vez,
todas as palavras doces
e eternamente guardadas,
aquela emoção verdadeira
e eternamente adiada,
o grande amor
eternamente contido
transbordarem por inteiro.
Consolo é passar o último Natal
consigo mesma,
na piedosa ignorância dos que irão.
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