Eliane F.C.Lima
Vejo marcada, assim, em minha face,
a frágil flor da perigosa vida,
que é jardim onde se criam flores
que germinam, vivendo de ferida.
Cada ruga que marca minha pele
é um caminho vago e sem saída
das emboscadas lábeis dessa lida,
das armadilhas dúbias dessa sorte.
Nunca percebo um rosto de pessoa,
mas um tempo, banido, que escoa,
entre sonho e guerra, ponte ou corte.
Vejo impresso, assim, em meu destino,
um rosto que reflete o desatino
de lutar, dia a dia, até a morte.
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