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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Soneto aos cinquenta anos

Eliane F.C.Lima

Vejo marcada, assim, em minha face,
a frágil flor da perigosa vida,
que é jardim onde se criam flores
que germinam, vivendo de ferida.

Cada ruga que marca minha pele
é um caminho vago e sem saída
das emboscadas lábeis dessa lida,
das armadilhas dúbias dessa sorte.

Nunca percebo um rosto de pessoa,
mas um tempo, banido, que escoa,
entre sonho e guerra, ponte ou corte.

Vejo impresso, assim, em meu destino,
um rosto que reflete o desatino
de lutar, dia a dia, até a morte.

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