Eliane F.C.Lima
Perfeita concretização da estática,
uma pedra é um universo fechado sobre si:
nada ao exterior,
sólido egoísmo,
introversão congelada.
Uma pedra é a substancialização do hermético,
em seu sono hibernal.
Pura discrição,
nada ouve, nada vê, nada fala,
uroboros petrificado.
Um comentário:
Pedra pensada. Não há nada mais vivo do que aquilo que merece pensamento. Especialmente quando se pretende que não caia no esquecimento. Esquecimento, sim, é imobilidade total, morte.
A gente bem que precisa das polêmicas pedras, - seu sangue provavelmente é feito da tinta azul que em algum momento escorreu da caneta de poetas. Sem elas, a obra de João Cabral não seria a mesma. Nem esse seu poema, de imagens que primeiro, incomodam, para em seguida instigar e instigar, teria uma razão para existir.
À luz da poesia, tudo respira. Até as imóveis e mais duras pedras...
Adorei, Eliane. Mas, como sempre, faça um abatimento em meus tortos comentários. Bjs e inté!
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