Eliane F.C.Lima
Viajo sozinha.
Deixei a mala.
Sem lembrança do que ficou.
Nem o cheiro do passado.
Não olho para trás.
Nem observo a paisagem.
Não ouço o canto dos pássaros,
não vejo o verde,
nada de fotografias.
Sem álbum de viagem.
Não fruo o vento.
Nem sei se há vento.
Mas piso a rudeza do chão
e as duras pedras
que não sei quem atira.
Fechei a porta da estrada:
não quero que ninguém me acompanhe.
Tampouco sigo pegadas.
Não tracei um percurso.
Não procuro atalhos.
Não planejo aonde chegar.
Mas há um caminho
que eu caminho,
querendo que não seja longo.
Um comentário:
Oi, Eliane!
Eu tarrdo, mar num faio...
Um poema instigante! Uma viagem de escolhas impostas pelos percalços de uma vida que deu com os costados em obstáculos que julgou intransponíveis.
Sempre experimento a eternidade quando vivo meus piores momentos. Tendo a perpetuar aquilo que, em verdade, não desejo. Mas é só um momento, tá?
Em minha leitura, vejo, sim, um desfecho. E agarro-me a ele. Talvez, não pareça, mas sou uma esperançosa incorrigível.
Bjs, Eliane! Novamente, obrigada por suas palavras lá no Fundo. Inté!
Postar um comentário